Você sente uma dor nas costas e já fez algumas sessões de fisioterapia, outras de acupuntura pelo plano de saúde. Também está fazendo exercícios porque o médico pediu, porém a dor não passou. Então, um amigo te indicou o tratamento da osteopatia, pois para ele a técnica ajudou.
Enfim… como será que eu adivinhei essa sua história? Eu sou fisioterapeuta osteopata e essa situação é mais comum do que você imagina. Toda semana recebo relatos assim no meu consultório de osteopatia. Por isso, vou te explicar por que a osteopatia pode ajudar a tratar a dor que você sente.
Por que a osteopatia pode ajudar na dor musculoesquelética
A osteopatia se baseia em uma avaliação global do corpo, considerando o sistema musculoesquelético, visceral e craniano como partes interligadas. Ou seja, a dor pode não estar apenas no local onde você a sente. 3
Para ilustrar, vou apresentar um caso clínico simples, que ajuda a entender por que a osteopatia pode ser eficaz quando outros tratamentos não trouxeram resultado.
Um caso clínico de dor no quadril
Imagine um paciente com dor no quadril que já realizou fisioterapia, acupuntura e exercícios de fortalecimento. Mesmo assim, a dor persiste. Nesse ponto, o osteopata irá avaliar não apenas os músculos, mas também as vísceras e o funcionamento global do corpo.
Esse é o diferencial do tratamento osteopático. Enquanto outros profissionais focam nos músculos, a osteopatia também investiga possíveis disfunções viscerais que possam estar influenciando a dor.
Quando a causa da dor está no intestino
Por exemplo, em casos de constipação intestinal, as fezes endurecidas na porção final do intestino, próxima ao quadril, podem comprimir os nervos sacros. Essa compressão pode irradiar dor para a região do quadril, simulando um problema muscular ou articular. 1
Nesse caso, o osteopata pode aplicar técnicas específicas para mobilizar o intestino e melhorar o trânsito intestinal. Além disso, o paciente é orientado a procurar um médico e um nutricionista, garantindo um tratamento completo e integrado.
O corpo funciona como uma unidade
A filosofia osteopática entende que o corpo é uma unidade funcional e autorreguladora. Por isso, tratar apenas o sintoma, sem buscar a causa, pode não resolver o problema de forma duradoura.
Quando há equilíbrio entre as estruturas e o bom funcionamento dos sistemas, o corpo tende a se autorregular e reduzir as dores naturalmente.
Emoções, sentimentos e dor também tem relação
As dores musculoesqueléticas muitas vezes têm origens que vão além das estruturas físicas.
Em alguns casos, o corpo expressa memórias emocionais profundas. 2
Um exemplo sensível disso é a história de uma bailarina que compartilhou sua experiência de reconexão com o corpo após traumas e tensões persistentes.
[Leia aqui o texto completo sobre essa história e o papel do corpo na recuperação emocional.
A filosofia osteopática somada ao conhecimento da neurociência da dor
Hoje sabemos como o tratamento osteopático aplicado com terapias manuais, exercícios e educação em dor podem ajudar nossos pacientes.
Resultados de exames de imagem e o tratamento osteopático
A dor que voce sente nem sempre vem do que mostra o exame de imagem. Por exemplo , aquela dor na coluna lombar pode vir de muitos fatores, como fraqueza muscular, perda de consciência corporal e até por fatores emocionais.
Desgaste na coluna, todos temos , são como rugas em nossos ossos. Já conheci idosos com idade acima de 90 anos e que não sentiam dor na coluna.
O tratamento osteopático vai atuar nos mecanismos de dor . O tratamento vai ser global, o foco não será aonde você sente dor.
|E o resultado é que você sentira um bestar geral. não apenas alívio da dor localizada.
Conclusão
Portanto, a osteopatia vai além do alívio da dor: ela busca compreender a origem do problema, considerando a interação entre músculos, vísceras e estrutura. Essa visão integrada permite identificar causas escondidas e tratar a dor de forma mais eficaz e duradoura.
Para entender melhor essa relação entre dor e disfunções viscerais, recomendo a leitura do artigo: Dor visceral referida.
Referências:
1 – Goodman, C. C.; Snyder, T. E. K. Diagnóstico diferencial em fisioterapia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. pesquisa.bvsalud.org+2wook.pt+2
2 – When the Body Says No: The Cost of Hidden Stress, Gabor Maté.
3 – Barral, Jean-Pierre; Mercier, Pierre. Visceral Manipulation. 2ª ed. Eastland Press, 2008. Eastland Press+2movementtherapyseminars.com+2
